Empreendedorismo social: tudo que você precisa saber

Aliar impacto positivo e lucro faz sentido? O empreendedorismo social surge e ganha força para mostrar que sim, é possível aliar as duas agendas e transformar o mundo por meio de um negócio. 

Prova disso é o dado do relatório Two Decades of Impact, apresentado pela Fundação Schwab no Fórum Econômico de Davos. Segundo a instituição, projetos de empreendedorismo social já impactaram positivamente mais de 622 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Se você quer entender melhor sobre as estruturas de um projeto de empreendedorismo social, bem como seus diferenciais estratégicos, continue a leitura. Falaremos sobre isso nas próximas linhas deste artigo. 

O que é empreendedorismo social?

Cunhado pelo ganhador do prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, o conceito de empreendedorismo social tem, como base, a aliança entre o propósito de potencialização de impactos socioambientais positivos com a sustentabilidade econômico-financeira em um negócio, mas sem o repasse de dividendos para acionistas.

Em linhas gerais, um empreendimento social é uma empresa que, como todas as outras, tem o objetivo de se manter em funcionamento a partir da geração de renda. Porém, além disso, busca solucionar ou contribuir para a solução de um problema socioeconômico ou ambiental. 

Como funciona o empreendedorismo social?

O empreendedorismo social, diferentemente das organizações da sociedade civil (OSC), não se sustenta a partir de doações e repasses. 

Por ter uma estrutura semelhante à de uma empresa convencional, esse tipo de negócio funciona de acordo com a lógica corporativa, ou seja, a partir da oferta de produtos ou serviços. 

Além disso, e da mesma maneira que um empreendimento convencional, os negócios sociais são estimulados pela identificação de oportunidades e pela possibilidade de aliar a realização pessoal dos fundadores ou sócios à venda de um produto ou serviço útil para a sociedade. 

Em resumo, podemos dizer que são características do empreendedorismo social: 

• core business ligado a uma questão de impacto socioambiental;
• cultura de inovação aflorada;
• lucro focado na sustentabilidade do negócio;
• geração de impacto positivo de longo prazo. 

Empreendedorismo social exemplos

Para te ajudar a entender, na prática, como se configuram os negócios de impacto social, aqui vão alguns exemplos no Brasil: 

• Insecta Shoes: empresa de calçados veganos feitos com material reciclável;
• Manioca: empresa de alimentos naturais feitos com matérias-primas do ecossistema amazônico;
• Se candidate, mulher!: startup focada em capacitação e aumento da presença feminina nas empresas;
• Moss: comercialização de créditos de carbono gerados por projetos sustentáveis localizados na Amazônia.

Empreendedorismo social no Brasil: dados e estatísticas

No Brasil, o status dos empreendimentos sociais é medido anualmente pelo Mapa de Impacto, produzido pela empresa de pesquisa e inteligência Pipe Social. 

A última edição, lançada em 2022 com dados de 2021 mostrou que: 

• 57% dos negócios de impacto do Brasil são compostos por times de 2 a 5 pessoas; 
• a faixa etária dos fundadores é, majoritariamente, de 30 a 34 anos; 
• 54% dos fundadores são homens; 
• 50% têm formação em Administração, Economia, Ciências Contábeis e STEM (Computação, Engenharia, Física e Química);
• 58% dos negócios sociais estão na região Sudeste do país (sendo 40% destes situados em SP);
• o maior volume dos negócios de impacto, 8 em cada 10, continua entre os estágios de desenvolvimento da solução até organização de negócio;
• 48% dos novos negócios sociais têm, como modelo de comercialização, o B2B (business-to-business, ou venda de empresa para empresa).

3 pilares do empreendedorismo social

Agora você já sabe o que é empreendedorismo social e como o mercado se caracteriza no Brasil. 

Para te ajudar a compreender a lógica de funcionamento de um negócio orientado por demandas socioeconômicas e ambientais, aqui estão os 3 pilares do empreendedorismo social.

Eles ajudam a guiar a criação do negócio e a orientar a construção dos planos de negócio iniciais.

1- Observação e diagnóstico

O pilar inicial diz respeito à observação do contexto e à realização de um diagnóstico que identifique demandas sociais, econômicas ou ambientais que levem a um desequilíbrio na comunidade. 

Resgatando os exemplos de empreendedorismo social dados anteriormente, temos as causas: alimentação saudável, uso consciente de recursos naturais e mulheres no mercado de trabalho. 

2- Busca e identificação de oportunidade

O segundo passo é enxergar além do problema e da demanda social, buscando uma oportunidade de negócio e ação. 

Neste momento, é fundamental ativar habilidades relacionadas ao senso de inovação e à empatia. 

3- Desenvolvimento do projeto e transformação social

Com a identificação da oportunidade e o desenvolvimento do plano de negócios, é possível testar a tese na prática, vivenciando a transformação social promovida por ele. 

É importante que todo negócio de empreendedorismo social trabalhe com indicadores robustos e capazes de mensurar o impacto gerado, bem como identificar novas demandas.

Atenda às demandas do cliente ao mesmo tempo em que gera impacto 

Uma boa forma de construir um negócio sob as bases do empreendedorismo social é conhecendo as demandas do cliente e ajustando a essência do negócio às melhores formas de conectá-lo aos potenciais clientes. 

Se você quiser compreender o que buscam os clientes em uma empresa, bem como identificar as tendências de atendimento para este os próximos anos, baixe nosso Relatório de Tendências em Experiência do Cliente 2023.